despi de mim o teu olhar, vesti-me de solidão, guardei-me silenciosamente num recanto escondido do meu jardim. ainda assim, o meu pensamento incoerente e indisciplinado voa para ti a cada instante. vives no tic-tac do relógio que trago no peito e que não marca o tempo mas a distância; onde os ponteiros saltam de número em número adicionando e multiplicando sonhos, sorrisos e vontades; dividindo, em visitas imaginárias, toques de mel e beijos de seda; subtraindo apenas a realidade. é assim que iluminas os meus dias, brilhando no meu sorriso que te esconde em segredo, partilhando da minha taça as cerejas doces e soculentas, ímpares gotas de saudade que adoçam os lábios que te (a)guardam e mancham os dedos que teimosamente desenham corações para ti...
sentir.em.botão
registos, leituras, ecos, palavras, imagens, gestos, passos de dança e ensaios de voo...
aromas e sabores que (a)guardo carinhosamente
aromas e sabores que (a)guardo carinhosamente
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segunda-feira, 16 de julho de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
fLoReS
gosto de sentir a terra entre os dedos... ou talvez seja a forma que
encontrei de acariciar as minhas flores.... elas merecem cada carícia
que lhes dedico, são boas amigas e excelentes ouvintes - falo-lhes quase
sempre do mesmo... ainda assim elas tombam com meiguice para me ouvir.
conhecem o valor de um segredo, acho até que sabem o quanto vale um
sonho! gosto de as acariciar à chuva - como hoje, partilhando com elas a
doce imagem que guardo de ti, o beijo no pai, o olhar doce, o andar
resoluto. sabem que és inteligente e sensível, doce e
carinhoso, divertido, enérgico e enervante! sexy e tentador, fugidio e
irresístivel... e teimoso, muito teimoso! não me criticam, as flores... ouvem-me pacientemente, às
vezes parecem sorrir, não me falam de sonhos impossíveis, nem de
realidades intransponíveis, escutam e desabrocham, florindo no meu
peito... já tentei plantar corações, mas não cresceram... as camélias
estão lindas, as rosas mais perfumadas que nunca, algumas pedem-me
suavemente que as colha, sabem-se de vida breve e parecem gostar de
mim...
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
amar, arriscar
paixão
alucinada
temida
desejada
lábios
beijo
fogo
ardente
olhar
toque
lume
aceso
arrepios
roubados
sentidos
perdidos
p r o i b i d o s
amar,
arriscar
... a vida na ponta dos dedos
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
contas feitas...
um quarto de silêncio
um quarto de maresia
janela aberta ao luar
e uma cama vazia
um quarto de solidão
um quarto de vendaval
a vida à tua espera
mãos vazias no final
um quarto de alegria
um quarto de lágrimas de sal
o relógio que não pára...
que sobra de nós afinal?
um quarto de desejo
um quarto de ilusão
um quarto de magia
e um resto de resignação
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
almost blue
estendi os meus sonhos
na areia da praia,
na areia da praia,
onde a espuma do (a)mar
os beija e afaga,
os beija e afaga,
bordando com sal
as marcas profundas
as marcas profundas
dos gestos impensados
dos passos apressados
dos passos apressados
semeei verdades
no teu olhar cetim,
no teu olhar cetim,
tatuei respostas,
voei no sorriso...
que mudem os dias,
os ventos e as marés;
os ventos e as marés;
que sequem nascentes
ou transbordem os rios;
aqueles são os meus sonhos
é o meu coração que ali está...
ouve a minha voz
que murmura baixinho:
.
ouve a minha voz
que murmura baixinho:
.
"caminha devagar,
são os meus sonhos que pisas..."
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
é o não saber...
é o saber e não saber
onde estás e o que fazes
que perfumes te rodeiam...
se sentes o calor dos abraços,
dos beijos que sopro ao vento,
da brisa que leva desejos...
sentes o aroma do (a)mar?
olhas o céu e o luar...
vês aquela estrela cadente?
brilhou e desapareceu...
assim eu!
sábado, 4 de fevereiro de 2012
tempo de voar
eram ocas as palavras
t(r)ocadas na pele nua,
melodias de sentires
i n v e n t a d o s
para me fazer sorrir
enquanto me espreitavas à janela
ou te passeavas à minha porta
apenas para me (pre)sentires
já não sou tua
e tu não és meu.
desabou a cabana de sonhos
inabilmente construída na areia,
o vento soprou
e a praia dos sonhos comuns
escondeu-se no nevoeiro do desamor
quis caminhar serena no meio da tempestade
iluminar o teu coração com o meu coração
ser raio de sol por entre as brumas,
mas o teu voo contagiou-me
e só o céu pode ser limite...
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
resignação
secaram as pétalas
com o gelo das palavras,
esfumou-se o encanto
nas brasas quentes do pranto;
nas brasas quentes do pranto;
e o tic-tac do relógio
já não conta a doçura
das mensagens t(r)ocadas',
já não conta a doçura
das mensagens t(r)ocadas',
tacteadas com paixão
e lidas com aquela imensa e pura ternura
e lidas com aquela imensa e pura ternura
- há tanto tempo escondida!
.
.
.
vivemos o tempo
do medo e das fugas,
do medo e das fugas,
chegou o frio e o fim
é o inverno a lembrar
que é tempo de matar a dor
que é tempo de matar a dor
chegou o tempo
de te esquecer.
de te esquecer.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
sombras
prolongam-se as sombras
nos recantos mais recônditos do jardim
o céu aconchega-se no cinzento
das nuvens que espelham o sentir
desilude-se quem apaixonadamente se iludiu
desapaixona-se quem iludidamente se encantou
choram os poemas e o poeta
é a vida a correr (in)diferente...
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
sunshine
o sol entrava pela janela,
os sorrisos iluminavam os olhares,
a vida ganhou sentido,
e os sonhos tomaram forma...
foram dias de tonalidades únicas,
enfeitados com flores de sol
e perfumados com o aroma do amor
acabado de descobrir!
e perfumados com o aroma do amor
acabado de descobrir!
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
é tempo do medo...
foto António Rodrigues
cavalgam
selvagens
as emoções indomáveis
velozes como o vento de ontem
correm
inflexíveis
levando consigo
os gritos das gaivotas
do sonho que (não) queres
esconde-se
o amor suave
sensível e terno
(en)cantado pelo poeta
com palavras inventadas
é tempo do medo;
tempo do medo e da dor
de quem não se perde
de quem não se perde
na capacidade de sonhar(te)
em noites escuras
sem fim à vista
o (en)canto e o poema
o olhar e o desejo
a vontade e o querer
.
.
.... porque tua, já eu sou.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
sonhos de dias de inverno
é bom sentir-te a meu lado enquanto caminho aninhada no teu abraço. o peso do teu braço sobre os meus ombros e os movimentos do teu corpo junto ao meu fazem-me sorrir. ergo o olhar e beijas-me a ponta do nariz gelado, mergulhas o teu rosto nos meus cabelos rebeldes para inspirares o seu aroma frutado e a tua respiração faz-me cócegas. solto uma gargalhada descontraída, e penso na cabana de madeira, na lareira acesa, e no fondue de chocolate que nos esperam. lês-me o pensamento e ris comigo, ajeitas-me carinhosamente o cachecol junto ao rosto, dás-me um abraço apertado e diriges-me no caminho de regresso...
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
(re)inventando o sol
"De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua"
(Fotografia de António Rodrigues)
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua"
Sophia de Mello Breyner Andersen
(Fotografia de António Rodrigues)
vivia dias sem luz,
sentia o frio, a neve, a chuva...
sonhava o passeio a dois
e a mão na mão;
vertia o mar nos olhos
enquanto fixava a linha do horizonte
.
.
era onda e fugia no areal,
corria a medo escrevendo na volta da maré
palavras proibidas
repletas de sabores e aromas
para acalmar a saudade
ao anoitecer
colhia reflexos de sol e de (a)mar,
colhia reflexos de sol e de (a)mar,
misturava as cores com carinho
e pintava sombras
de (e)ternos amores
i n t e r d i t o s,
s o l i t á r i o s,
p r o i b i d o s
e pintava sombras
de (e)ternos amores
i n t e r d i t o s,
s o l i t á r i o s,
p r o i b i d o s
água, sal,
recortes de espuma,
recortes de espuma,
estrela-do-mar,
concha vazia,
cavalo marinho,
areia molhada
era onda e morria na praia
r e n a s c e n d o
em cada volta da maré...!
cavalo marinho,
areia molhada
era onda e morria na praia
r e n a s c e n d o
em cada volta da maré...!
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
(des)esperança
“A coisa mais fácil do mundo é encontrar escapatórias quando não
queremos olhar para dentro de nós mesmos. Uma culpa exterior é coisa que
existe sempre, tem de se ter muita coragem para aceitar a culpa - ou
melhor, a responsabilidade só nos cabe a nós. No entanto, como já te
disse, é essa a única forma de seguir em frente. Se a vida é um
percurso, é um percurso sempre a subir.”
...
“Sabes
qual o erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que,
mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Contudo, o
destino tem muito mais imaginação do que nós. Precisamente quando se
pensa que se está num beco sem saída, quando se atinge o cúmulo do
desespero, com a velocidade de uma rajada de vento tudo muda, tudo se
transforma, e de um momento para o outro damos por nós a viver uma vida
nova.”
in Vai Aonde te Leva o Coração, Susanna Tamaro
sabendo
que o marulhar do teu riso
me embala
me embala
e o (en)canto das estrelas
me enfeitiça,
fujo
das rotas comuns
e dos caminhos que nos cruzam.
procuro
no perfume outonal
no perfume outonal
a envolvência e a embriaguez
dos sonhos de ontem.
conheço
o peso da culpa
e o sabor da rejeição,
o peso da culpa
e o sabor da rejeição,
desejo a saída
mas não me encontro...
domingo, 2 de outubro de 2011
poetas e poemas
és poeta,
sou poema,
és lume,
sou paixão...
estrela cadente
iluminada
por cometa
em combustão
poema achado
e perdido,
amado e sofrido;
poeta amante
arrebatado,
sentido,
chorado...
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