Do mar traziam
o que é do mar: doçura
e ardor nos olhos fatigados.
Eugénio de Andrade
(Photo by Sortvind on deviantART)
mergulho no aroma
da maresia que trazes contigo;
nos olhos verdes de te ver,
esconde-se o medo e a solidão,
ali a imensidão do oceano aviva a força
e a vontade de partir, permanecer
é uma ordem que não cumpro
sem dor, sabendo que
a voz me ensurdece
e a rouquidão me cega,
esquecendo que a envolvência dos corpos
não chega para matar a sede da alma
as sombras dos fantasmas
não me impedem de sofrer
a ausência do sonho
ou a musicalidade das lágrimas contidas...
sorrio e deixo que o sal
me doure o rosto e os cabelos
de vento e luz,
ofereço-te o melhor de mim
numa gota de água pura
que cai nas mãos pequenas
de mulher despida de ilusões,
despida de querer...
[rebelde a sensualidade que teima em romper: arrebatamento e paixão confundem pudores que se escapam pelas janelas abertas sempre que o (a)mar me chama - mas permaneço]
1 comentário:
triste mas com um toque de beleza nas palavras...
Enviar um comentário