registos, leituras, ecos, palavras, imagens, gestos, passos de dança e ensaios de voo...
aromas e sabores que (a)guardo carinhosamente





quarta-feira, 2 de novembro de 2011

(des)esperança

“A coisa mais fácil do mundo é encontrar escapatórias quando não queremos olhar para dentro de nós mesmos. Uma culpa exterior é coisa que existe sempre, tem de se ter muita coragem para aceitar a culpa - ou melhor, a responsabilidade só nos cabe a nós. No entanto, como já te disse, é essa a única forma de seguir em frente. Se a vida é um percurso, é um percurso sempre a subir.”

...

“Sabes qual o erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que, mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Contudo, o destino tem muito mais imaginação do que nós. Precisamente quando se pensa que se está num beco sem saída, quando se atinge o cúmulo do desespero, com a velocidade de uma rajada de vento tudo muda, tudo se transforma, e de um momento para o outro damos por nós a viver uma vida nova.”

in Vai Aonde te Leva o Coração, Susanna Tamaro

 

 

 

sabendo
 que o marulhar do teu riso
me embala
e o (en)canto das estrelas
me enfeitiça,
 fujo 
das rotas comuns
e dos caminhos que nos cruzam.

procuro 
no perfume outonal
a envolvência e a embriaguez
dos sonhos de ontem.
 conheço 
o peso da culpa
e o sabor da rejeição,
desejo a saída
mas não me encontro...







 

domingo, 2 de outubro de 2011

poetas e poemas

és poeta,
sou poema,
és lume,
sou paixão...
estrela cadente
iluminada
por cometa
em combustão

poema achado
e perdido,
amado e sofrido;
poeta amante
arrebatado,
sentido,
chorado...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

gin, vodka, limão e gelo

gente como a gente
que se encanta e se enamora
p'lo perfume de uma rosa
i n e x i s t e n t e

gente como a gente
que se cruza até se achar
cúmplice e complemento
em rodopio incoerente

traços de pintor pagão
riscando os dias com paixão
numa aguarela perdida

tu, principezinho adiado
o meu cofre de segredos
versos soltos em que me guardo,
eu, flor perdida, alegrando o dia
enfeitando sorrisos e a cama fria

gente como a gente...
sem futuro aparente,
amando incondicionalmente
o instante, como um presente!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

(in)consequências

 
 
abraçar a noite
cabelo ao vento
olhar brilhante
sentir sem medo
(em segredo)


agarrar estrelas cadentes
mãos estendidas
peito aberto
alma acesa

...e cruzam-se as vidas
em horizontes lineares
(in)contornáveis constantes (in)definidas
(que aprendemos a amar)


fragmentos de luar
iluminam segredos
trocados,
selados,
acariciados,
beijados...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

...

sufoco as palavras que arranham a garganta em atropelo numa revolta escondida em que engulo cada olhar magoado com lágrimas aquecidas pelo sol que me ilumina nas noites de (não) ser tua.
parto sem ti, levo a (pouca) coragem e o chão que piso, a cada passo afasto a tristeza desapaixonada de permanecer, dorida e inocuamente à espera do que não chegará a tempo de me salvar da solidão ou de mim mesma.

guardo no peito a saudade e as cores do arco-íris, que quero acreditar: será amanhã.





[e esta chuva que não pára!...]

celebrar a vida (reposição)

"Mar de pequena vaga e céu azul:
a irrupção das frésias na manhã
faz destas ruas um jardim do sul."


Eugénio de Andrade



contando
o tempo que voa
em versos
que eternizam o (a)mar
contando
sorrisos decididos
decerto iluminados pelo luar
contando
beijos e desejos
em velas ainda por soprar...

conto e canto
a tua presença na minha vida
a cor, a luz e a força para sonhar,
os beijos, os tempos e as marés,
a vida que importa celebrar

.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

palavras


recortes de alma
que a maré (a)guarda
e o meu (a)mar
transforma
em cadencias
de sonhos
INfinitos
e
INdetermináveis
que persigo
acordada