registos, leituras, ecos, palavras, imagens, gestos, passos de dança e ensaios de voo...
aromas e sabores que (a)guardo carinhosamente





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

amar, arriscar

paixão
alucinada
temida
desejada

lábios
beijo
fogo
ardente

olhar
toque
lume
aceso

arrepios
roubados
sentidos
perdidos
p r o i b i d o s

amar,
arriscar
... a vida na ponta dos dedos

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

contas feitas...

um quarto de silêncio
um quarto de maresia
janela aberta ao luar
e uma cama vazia

um quarto de solidão
um quarto de vendaval
a vida à tua espera
mãos vazias no final

um quarto de alegria
um quarto de lágrimas de sal
o relógio que não pára...
que sobra de nós afinal?

um quarto de desejo
um quarto de ilusão
um quarto de magia
e um resto de resignação


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

almost blue


estendi os meus sonhos
na areia da praia,
onde a espuma do (a)mar
os beija e afaga,
bordando com sal
as marcas profundas
dos gestos impensados
dos passos apressados

semeei verdades
no teu olhar cetim,
tatuei respostas,
voei no sorriso...
 
que mudem os dias,
os ventos e as marés;
que sequem nascentes
ou transbordem os rios;
aqueles são os meus sonhos
é o meu coração que ali está...

ouve a minha voz
que murmura baixinho:
.
"caminha devagar,
são os meus sonhos que pisas..."

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

é o não saber...

 
é o saber e não saber
onde estás e o que fazes
que perfumes te rodeiam...
se sentes o calor dos abraços,
dos beijos que sopro ao vento,
da brisa que leva desejos...
 
sentes o aroma do (a)mar?
olhas o céu e o luar...
vês aquela estrela cadente?
brilhou e desapareceu...
 
assim eu!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

tempo de voar


eram ocas as palavras
t(r)ocadas na pele nua,
melodias de sentires
i n v e n t a d o s
para me fazer sorrir
enquanto me espreitavas à janela
ou te passeavas à minha porta
apenas para me (pre)sentires

já não sou tua
e tu não és meu.
desabou a cabana de sonhos
inabilmente construída na areia,
o vento soprou
e a praia dos sonhos comuns
escondeu-se no nevoeiro do desamor

quis caminhar serena no meio da tempestade
iluminar o teu coração com o meu coração
ser raio de sol por entre as brumas,
mas o teu voo contagiou-me
e só o céu pode ser limite...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

resignação



secaram as pétalas
com o gelo das palavras,
esfumou-se o encanto
nas brasas quentes do pranto;
e o tic-tac do relógio
já não conta a doçura
das mensagens t(r)ocadas',
tacteadas com paixão
e lidas com aquela imensa e pura ternura 
- há tanto tempo escondida!
.
.
vivemos o tempo
do medo e das fugas,
chegou o frio e o fim

é o inverno a lembrar
que é tempo de matar a dor
chegou o tempo
de te esquecer.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

sombras


prolongam-se as sombras
nos recantos mais recônditos do jardim

o céu aconchega-se no cinzento
das nuvens que espelham o sentir

desilude-se quem apaixonadamente se iludiu
desapaixona-se quem iludidamente se encantou

choram os poemas e o poeta
é a vida a correr (in)diferente...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

sunshine

o sol entrava pela janela,
os sorrisos iluminavam os olhares,
a vida ganhou sentido, 
e os sonhos tomaram forma...
foram dias de tonalidades únicas, 
enfeitados com flores de sol
e perfumados com o aroma do amor
 acabado de descobrir!