registos, leituras, ecos, palavras, imagens, gestos, passos de dança e ensaios de voo...
aromas e sabores que (a)guardo carinhosamente





quarta-feira, 24 de março de 2010

divagações (nocturnas)

acredito que o poder sobre uma relação pertença a quem menos se envolve, àquele que a qualquer momento possa simplesmente desligar-se do outro sem grandes dúvidas ou contemplações, no entanto, pergunto-me, ter o poder sobre as nossas ligações afectivas, significará ser feliz?! ou, será essa reserva, esse cuidado em manter o controle, o primeiro passo para o desprendimento e a solidão?!

quando nos deparamos com alguém de "coração destroçado" dificilmente concluímos ter sido "o amor" caminho para a felicidade, no entanto, reconheço que os momentos em que me senti mais alegre, mais viva, mais feliz, foram momentos de amor, de entrega apaixonada a alguém - ou a algum ideal, momentos de elevada fragilidade, é bem verdade, e ainda assim, de audaciosa doação. no entanto, deverá a efemeridade desses momentos incitar-nos a abrir mão dessa nossa capacidade de "transcendência"? ou, as vezes em que depositamos as nossas esperanças, os nossos melhores sentimentos, imerecidamente, nas mãos de alguém que se mostra indigno/a, levar-nos a fechar o nosso coração aos outros?

existirá uma margem de segurança passivel de ser aplicada...?! porque não nos proporciona a natureza humana um qualquer "air-bag" emocional capaz de proteger sem nos tirar do caminho certo...?!

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